quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

nuvem


é isso! Tão belo e ”simples” quanto uma nuvem no meio da sala.
Imagem-presente do trabalho do Berndnaut Smilde vindo das mãos da Clarissa.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

fótons gêmeos

Pensando no início de HELP! e no texto a ser ouvido nos fones.


Achei um trabalho do Francis Alÿs que também dialoga com isso, chamado Guards. Achei muito bonita a ideia de que as pessoas tem rotas diferentes e precisam se encontrar.

Será que elas poderiam levar mapas nas mãos com diferentes possibilidades de roteiros? Será que elas poderiam ter placas nas mãos indicando HELP! (quando quisessem atraiar alguém ou indicar que fazem parte do espetáculo levantariam a placa?)

Uma dúvida que tenho é até que ponto as pessoas precisam ouvir algo sobre o "experimento quântico". Se ele simplesmente se faz e eu não preciso teorizar sobre ele, me parece muito melhor.

Mas o que elas ouvem então nos fones? Gosto, sem dúvida, dessa ideia de algo a ser ouvido ao "pé do ouvido", mas não uma aula de física. Algo tipo: "estudei para fazer este trabalho". Manter a ideia de instruções? Só me interessa a física como possibilidade poética: o desdobramento de si, o público como partículas que se afetam mutuamente.
A multiplicação de placas HELP! I need somebody pelas ruas me parece tão bonito! (pode ser um programa do espetáculo que pode se desdobrar e funcionar como uma placa se vc precisa de ajuda para descobrir os outros!).

 

Também achei esse texto sobre os fótons gêmeos e o Luiz Davidovich:
 fótons gêmeos e luiz davidovich

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

NADA

Esta semana (Em Casa Branca no workshop da Vera Mantero)  pareceu o NADA , a INUTILIDADE.
Marina Sarmiento me contou sobre a conferência sobre o nada de John Cage.
Achei a tradução de Augusto de Campos.conferência sobre o nada - excerto

Imagens:

branco
gelo - corpo sobre o gelo
nuvem
bolinha de isopor
sal grosso
papel branco (amasado, dobrado e desdobrado)
imagens de gente (fotos 3x4) de costas

vazio-nada- inútil

(me veio esta imagem do trabalho da Rivane Nuenschwander que voltei a ver no Inhotim)


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

adorei


17.01.2013

17.01.2013

Eu adoro placas – começar de tudo aquilo que gosto/ me interessa. Vide mapas do caixa-preta. Penso sempre em placas. Pode ser clichê. Não importa.

  • 1a ideia desta manhã (vindo de ontem): um grupo de gente em cena, em pé, comigo misturada lá na meiuca. De algum lado emerge a placa: HELP! I need somebody. Um microfone é passado desde a periferia do grupo até mim, por cima das cabeças...eu vou explicar que vamos passar 30 minutos juntos. Depois de alguns minutos alguns participantes servem água + petiscos.
  • Muita gente: solo povoado
  • Me interessa o que é das margens de um trabalho: o protocolo do espetáculo, o processo, o que não aparece. Nunca me interessa criar “ a cena”.
  • Códigos de comportamento do público (o que faz qdo quer sair antes do final, como se organiza para entrar, o que se deve fazer quando se esquece o celular ligado, se vc conhece o artista, o que deve fazer qdo acaba o espetáculo???)

IMAGEM: 30 pessoas em pé. Chegam + 30 ( o dito “público”).
Há uma massa de gente: coisas vão aparecendo sobre suas cabeças: cadeiras, lanche, microfone, objetos...

E se são 30 ações? Uma por minuto?

  • Quais são as 30 coisas de que gosto agora?
  • Reação em cadeia. Me lembrou: joão que amava Teresa, que amava...(não sei ainda porque!)





quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

16.01.2013

Início
O que nós vamos fazer aqui:
  • passar 30 minutos juntos
  • discutir a nossa relação
Normalmente, isto não se explica. Mas não quero que paire/fique nenhuma dúvida. Melhor deixar claro.

A 1a parte é a do suor: O intérprete/performer/bailarino deve suar o máximo possível. (isto aumenta as chances de que ele seja mais respeitado pelo público)

  • Eu deveria estar em cena, mas como em certos momentos sinto uma súbita fobia ao público, a Clarissa vai ficar aqui como uma possível substituta
  • Quantas pessoas não me conhecem? Este é um trabalho para o público “comum”. Me explico: Num trabalho anterior eu separei o público em dois grupos: convidados e público comum. Era proposital. Era uma situação meio vexaminosa. Tinha lá as suas razões. Mas, muita gente ficou horrorizada – recebi vários emails reclamando, alguns até ofensivos. Então resolvi que neste trabalho eu ia me redimir
  • Setor de reclamações: quem quiser manda um email para...ou fazer um lugar onde eu ouça as reclamações? Incluo as reclamações do dia anterior no trabalho. Isto afeta/altera o trabalho? (afe, parece tudo palhaçada...!)
  • Gosto da ideia de manter as pessoas por algum tempo com MP3 e fones de ouvido...seguir ouvindo instruções, trilha pelos fones?
  • Tem sentido o papel/dobradura? Pesquisar os protótipos dos Bichos da Lygia?
  • Ler Medo – Adauto Novaes







terça-feira, 15 de janeiro de 2013

do que se trata


Vou explicar um pouco o que vamos fazer aqui: vamos passar um tempo juntos, vão ser só uns 30 minutos, não é muito longo, mas se neste tempo alguém precisar ir ao banheiro, pode sair em silêncio seguindo alguns códigos típicos de teatro...abaixa um pouquinho na frente dos outros que talvez estejam prestando atenção.
Se alguém precisar atender ao celular, não tem problema, é só pedir para que os outros coloquem fones de ouvido e apertem o MP3 na faixa X...

Fiquem tranquilos. Este trabalho dura apenas X minutos.
O público respeita mais o artista que sua. ( tou falando de suor mesmo)

  • Incluir um setor de reclamações
  • Assumir a DR com o público. Crise de relacionamento. Se recusar a fazer o espetáculo porque estou em crise com a plateia. Eles não gostam de mim. Tenho medo do público.
  • Los Torreznos: começam explicando o que vão fazer – colocar num plano simples, cotidiano.





teoria dos multiversos e o início de help

Se a teoria dos multiversos não se equivoca, quer dizer, se existe mesmo o que os físicos/cientistas chamam de uma inflação de universos, ou seja, vários universos originados de um desdobramento de eventos, implicando na multiplicação não só do universo, quanto dos seres; neste mesmo momento, em outro universo o seu outro eu acaba de decidir assistir ao espetáculo HELP! I need somebody. Sendo assim ele ligou para fulano e fez sua reserva. Comprometeu-se a estar no local combinado na mesma hora que você, entregou seu documento para sicrano que segurava a placa onde lia HELP! Blablabla e acaba de receber este equipamento conectado ao fone de ouvido. Você e seu eu de lá ouvem agora as mesmas instruções. Avançando ainda mais na teoria dos Multiuniversos, pode haver ainda outros eus além do eu de cá e lá, que hora chamaremos: eu ali, eu aqui, eu acolá seguindo, neste exato momento, as mesmas instruções.

Cada pessoa precisa encontrar seus outros eus. Uma aventura em busca de você ali e acolá.


terça-feira, 8 de janeiro de 2013

teoria dos multi mundos:
pode haver um outro “eu” igual a você no outro grupo

interpretação de Copenhague. Apesar de desafiar a interpretação dos Muitos Mundos, muitos físicos quânticos ainda acreditam que a interpretação de Copenhague esteja correta. A interpretação de Copenhague foi proposta pela primeira vez pelo físico Neils Bohr em 1920. Ela diz que uma partícula quântica não existe em um estado ou outro, mas em todos os seus possíveis estados de uma vez só. É somente quando observamos seu estado que a partícula quântica é forçada a escolher uma probabilidade, e este é o estado que observamos. Como ela pode ser forçada a se apresentar em um estado observável diferente cada vez, isto explica porque as partículas quânticas têm um comportamento irregular.

No experimento de Schrödinger, o gato estava fechado dentro de uma caixa. Durante o período em que estivesse ali dentro, o gato passaria a existir em um estado desconhecido. Como não poderia ser observado, não seria possível dizer se estava vivo ou morto. Ao invés disso, existia no estado de vida e morte. Em outras palavras, o gato está vivo e morto enquanto não se observa. É mais ou menos a resposta da física quântica para a velha pergunta zen: se uma árvore cair no meio da mata, e ninguém estiver perto para escutar, faz barulho?

Estas teorias se relacionam com uma vontade antiga de que cada grupo de espectadores veja uma obra diferente...

  • Diário mínimo - Umberto Eco (instruções para todo tipo de coisa)
  • Tempo no meu trabalho: tempo impossível, tempo ficcional, tempo com bifurcações/diferentes possibilidades
  • Placas na rua para esperar o público: há um contato prévio, o público é levado a assumir um compromisso qualquer
  • Foto conjunta do público (na rua? No teatro? Se o público forma uma massa conjunta poderia ser o momento em que decidem não mais se separar...podem ser todos de costas para não deixar ninguém constrangido)
  • Foto de detalhes do público
  • A ideia de perder tempo juntos
  • A indefinição sobre onde/quando começa
  • De alguma maneira se propõe que o trabalho já começou antes, o tempo retrocede
  • Desencontro: nunca se está onde se “deveria” estar
  • Ver protótipos dos bichos (Lygia Clark)
  • O fracasso da obra – assumir o fracasso, a impossibilidade de agradar ou conectar-se ao público
  • Teorias são hipóteses (Cris Blanco)
  • Não fazer nenhuma obra”
  • Fazer um espetáculo muito pequeno (pessoas pequenas em lugares pequenas fazendo coisas pequenas...)
  • O trabalho que vcs vão ver é um plágio deste livro: um livro pequeno, simples, direto...tinha inveja do autor que escreveu um livro que facilmente poderia disfarçar-se de livro de auto-ajuda, de formato..., colocado perto do caixa da livraria
  • Esta é uma mini-obra
  • Pesquisar o livro Ó do Nuno Rampos – o que há sobre perder tempo?
  • Instruções para que os corpos do público fundem-se numa mesma matéria...o trabalho é um experimento com o público. (Ciência-ficção – Cris. Pedir livros Miriam)
  • Acho que é bonito se os espectadores pensam que é um trabalho para apenas 10 pessoas, por exemplo (3 grupos?)

Se ver se relaciona ao espaço e ouvir ao tempo...como pensar a 1a e 2a parte do trabalho?
O percurso de ida é uma experiência de tempo...As projeções, o corpo e o papel – espaço.

Imagino um percurso de ida que parece curto no espaço, mas é relativamente longo no tempo. E um espaço largo no espaço cênico, porém curto de tempo.